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Síntese da Desomorfina

  A primeira síntese documentada da desomorfina data de 1932, nos EUA. Este documento descrevia a síntese de derivados da morfina através da hidrogenação catalítica de halogenomorfidos, em condições específicas. O processo de hidrogenação catalítica dos diferentes halogenomorfidos originava diferentes produtos e quantidades de desomorfina [1]:

  • O α-cloromorfido, em álcool metílico, gerava grandes quantidades de desomorfina, juntamente com tetrahidrodesoximorfina e algum material não-cristalino.

  • O β-chloromorfido originava quase exclusivamente a desomorfina.

  • O Bromomorfido dava origem a pequenas quantidades de desomorfina e mais de 70% do produto final era um óleo que não podia ser separado por destilação.

  No entanto, a síntese assim descrita da desomorfina apresenta baixo rendimento e é uma reação bastante lenta. Desta forma, foram feitos estudos para otimizar este processo e já está descrito um novo método de síntese que garante um melhor rendimento (cerca de 38%) e alto grau de pureza da desomorfina, por eliminação dos subprodutos (impurezas), não sendo assim necessário utilizar métodos de purificação durante o processo.

  Este método de síntese pode ser aplicado em qualquer laboratório e consiste em [2,3]:

  De modo semelhante, a desomorfina pode ser obtida a partir da codeína, que é extraída do ópio [2,3]:

Codeína              Cloreto de tionilo

α-clorocodido

Redução

Dihidrodesoxicodeína (ou Desocodeína)

Metilação

Desomorfina

Codeína

Intermediário

(mesilato ou tosilato)

O grupo OH da posição 6 torna-se um bom grupo abandonador!

H2/PtO2

Redução da dupla ligação 7-8

Altamente pura!

Altamente pura!

Desocodeína

Desomorfina

BBr3/Diclorometano

Desmetilação

  É assim possível obter cerca de 1 mg de desomorfina a partir de 3 mg de um sal de codeína (sulfato ou fosfato) 

B.I.

Farmacologia

Referências:

1. Small, L.F. et al. (1993) The catalytic hydrogenation of the halogenomorphides: dihydrodesoxymorphine-D. J Am Chem Soc. 55: 3863-70.

2. Alves, E. A., et al. (2015). "The harmful chemistry behind krokodil (desomorphine) synthesis and mechanisms of toxicity." Forensic Sci Int 249: 207-213.

3. Katselou, M; Papoutsis, I. et al. (2014). "A "Krokodil" emerges from the murky waters of addiction. Abuse trends of an old drug". Life Sci 102 (2): 81–87.

Endereço: 

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