Krokodil

A AMEAÇA
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1933 – A desomorfina foi sintetizada por hidrogenação de halogenocodidos, um método usado para a obtenção de derivados da morfina [1].
1934 – Foi reportada a ação farmacológica da desomorfina [2].
1940-1952 – A desomorfina foi comercializada na Suíça com o nome comercial Permonid® para alívio da dor no pós-operatório, pois provoca menos efeitos secundários em comparação com doses equivalentes de morfina. No entanto, foi retirada do mercado por conter um elevado risco de provocar dependência e depressão respiratória [1].
2002/2003 – Primeiro caso reportado de utilização de Krokodil. A partir daqui, este espalhou-se e tornou-se popular na Rússia e outros países europeus [2].
2011 – Primeiros casos de Krokodil nos EUA, em Chicago. Segundo o médico que acompanhou o caso, os pacientes não sabiam que a droga que estavam a utilizar era o Krokodil. Foi também reportado o caso de um homem de 30 anos viciado em heroína que deu entrada no hospital apresentando uma úlcera necrótica dolorosa e dedos auto-imputados, depois de 6-7 meses de consumo de Krokodil. Também neste ano foi descrito o possível primeiro caso de Krokodil na Alemanha. Os pacientes apresentavam as lesões cutâneas típicas do consumo desta droga e presumiu-se que estes tinham consumido heroína contaminada com Krokodil [2,3].
2012 – Primeiros casos de Krokodil na Nova Zelândia. Neste país, esta droga também surgiu como alternativa à heroína, que se estava a tornar escassa. Foi ainda reportada a morte de um homem viciado em drogas que apresentou lesões cerebrais que se suspeitou serem provocadas pelo consumo de Krokodil. As análises realizadas posteriormente permitiram concluir que esta morte foi devida à injeção intravenosa crónica de substâncias ilegais como o Krokodil e a heroína [3].
2013 – Foram reportados os dois primeiros casos de utilização de Krokodil no Reino Unido [2,3]. Para além disso, em Gloucestershire (também no Reino Unido), um médico descreveu a presença de uma cratera e exposição do osso e tendões no braço de um homem sem-abrigo, que aparentemente consumiu Krokodil e depois acabou por morrer [3]. Também neste ano foram reportados vários casos de pacientes hospitalizados devido ao consumo de Krokodil nos EUA: sete casos em Illinois, um no Utah, dois no Arizona e dois em Oklahoma. Foram ainda reportados dois casos de outros possíveis consumidores de Krokodil no Utah, dois consumidores em Manhattan e duas mortes devidas ao consumo desta droga em Oklahoma [3].
1 de junho de 2012 – Foi proibida a venda livre de medicamentos contendo codeína na Rússia. Esta ação permitiu a redução da utilização de Krokodil, mas também o aumento da comercialização da codeína no mercado negro [2].
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Referências:
1. Dinis-Oliveira, R. J., et al. (2012). Clinical and forensic signs related to opioids abuse. Curr Drug Abuse Rev, 5(4), 273-290.
2. Alves, E. A., et al. (2015). "The harmful chemistry behind krokodil (desomorphine) synthesis and mechanisms of toxicity." Forensic Sci Int 249: 207-213.
3. Katselou, M; Papoutsis, I. et al. (2014). "A "Krokodil" emerges from the murky waters of addiction. Abuse trends of an old drug". Life Sci 102 (2): 81–87.